Novembro de 2003 – Após meses de espera e duas reduções brutais no preço, consegui vender o Defender 90 TD5. Fiquei com o orçamento muito reduzido. Uma coisa era certa: a minha impulsividade inata estava controlada. Havia dito a mim mesmo que com tempo haveria de encontrar a “menina”.
Fui procurando… Até que… mesmo ali ao lado… EI-LA!!!!! 5 anos… Branca… toda de Origem… 81000kms… Havia um problema: O dono NÃO queria vender (Claro!). Vantagem: o dono é meu colega de trabalho 😉 Por isso: AO ATAQUE!!!
Dezembro de 2003 – Sinto-me um “Pica Miolos” eheheh!… Tanto piquei aquela cabeça, que um dia o meu colega responde: «Olha, se calhar vendo-te o Land Rover. Ele não cabe na garagem, a minha mulher quer outro carro, blá,blá…» Retorqui: «Tu precio, és mi precio!» (eu sei que o meu colega é uma pessoa sensata!) 😉 Dois dias depois a resposta que eu temia: «Vamos fazer negócio, mas…!» Pois. Havia outro problema: «Só quando chegar o outro carro é que te posso vender este!» Suspirei: «OK! E quanto tempo demora?» Resposta com aquele sorriso sádico: «Dois a três meses!»…
Janeiro 2004 – Ano Novo…nem carro velho nem carro novo! Entretanto fui gastando uns euros em “pequenos” acessórios: Um GPS Garmin 176C + Antena Garmin GA29. E devorando as revistas da Land Rover Owner (em particular aquelas sobre o Camel). Vantagem: estava com tempo para pensar no projecto Camel e, o orçamento disponível ia subindo. P.S. É necessário ver o lado bom do desespero 😉
Fevereiro 2004 – A espera terminou, a 110 É MINHA! Sou novamente “o feliz proprietário” de um Land Rover…

Março 2004 – Depois de duas passagens pelo Centro de Inspecções, a 110 consegue o tão almejado selo verde de APROVADO. O Eixo traseiro travava pouco. Foi necessário trocar os discos e as pastilhas dos travões de trás, substituir a lâmpada do stop central e, já está!
Desaconselho vivamente os donos de LR´s (ou outros) com tracção 4×4 permanente a efectuarem inspecções no Centro IPO de Alfragide, porque aqueles senhores utilizam rolos de travagem para um eixo de cada vez. Até me arrepiei. Temi que o diferencial central saísse pelo meio dos bancos. Dizem eles que o teste é feito a baixa velocidade e assim não há problemas. Pois… mas não volto a meter lá os pés (leia-se os eixos).
Como não podia estar quieto: Troca da correia de distribuição e a correia da ventoinha; Troca da Unidade Viscosa da ventoinha (porque já tinha uma folga considerável e mais vale prevenir); Mudança de filtros, óleos e as lubrificações da praxe. Mas o “must” foi a instalação do kit de potência para o 300Tdi (substituição de válvula EGR por tubo directo turbo/intercooler e kit para a bomba injectora).
SAIAM DA FRENTE! O 300Tdi bomba mais que um TD5, mas larga uma fumarada que mais parece aqueles do Tractor Pulling. Depois de ter andado dois anos com o Td5, notei uma grande diferença para o Tdi que é muito pachorrento. Mas só sofri uma semana… A oficina da Terraventur em Belém foi incansável.
Mas voltemos ao Camel Trophy, afinal de contas o “culpado” de toda esta aventura. Como a “bicha” é de 1998, estava decidido qual o modelo do Camel Trophy que ela iria replicar:
Land Rover 110 300Tdi Support Vehicle – Tierra del Fuego:


Próximo passo: Encontrar a tinta e quem pintasse.
A referência da tinta do Camel Trophy é LRC361, mais conhecida por SandGlow. Curiosamente uma cor com 30 anos, utilizada pela British Leyland nos MG, Morris Marina e Austin 1300. Numa ida à loja da Robbialac no Lumiar, por detrás do estádio de Alvalade (COF, COF) descobri que existem três tipos de cor: Mate (sem brilho); Brilho Directo e Super Brilhante (com laca). A Mate foi usada nas primeiras provas, e a Super Brilhante nos últimos Discovery e nos Freelander. Por exclusão de partes, a LRC361 Brilhante (ou Brilho Directo) seria a escolha óbvia para a 110 de 1998.
Para avivar a memória, a réplica será de um “Support Vehicle” porque em 98, o LR dos concorrentes era o “baby” Freelander com o Defender 110 como “Anjo da Guarda”; “Acarta Pesos”; “Tira da Lama”; etc.


6 a 8 litros de tinta, mais o endurecedor, o diluente, e outra coisa qualquer que não memorizei, são suficientes para pintar por fora e por dentro (assim me explicou o homem da Robbialac). Faltava o orçamento da pintura: Falei com o Toni (António Oliveira para os devidos efeitos), conhecido de longa data do meu pai, e com longa relação com os Land Rover, desde os tempos de África. O Toni orgulha-se de ser dos poucos que sabe trabalhar o sensível alumínio dos painéis dos LR. Duas a três semanas de “férias” para a 110» foi a resposta… UUUUi! (A “menina” tem de ser totalmente despida por fora e por dentro. Só não se tira o motor e o tablier).