1996 – Kalimantan

Apesar das Tarefas Especiais terem sido introduzidas no início da década, há quem defenda que o evento de 1996 foi o último Camel Trophy “tradicional”. De volta à ilha de Bornéu, o início desta edição foi marcado para Balikpapan, na costa Este de Kalimantan (parte da ilha pertencente à Indonésia). O final seria a cerca de 100km Norte de Pontianac, na costa Oeste da ilha.


Mapa do percurso

PUB

A partida foi dada no hotel Dusit Inn, sendo as 18 equipas participantes transportadas de barco, até ao local onde foi realizado o primeiro conjunto de Tarefas Especiais. Após atravessarem o Rio Balikpapan, esperava-os um terreno montanhoso e a selva.

Muitos dos trilhos do interior não eram visitados por qualquer meio de transporte motorizado há mais de uma década, encontrando-se em péssimas condições. Estavam, portanto, em perfeito estado para receber a caravana do Camel Trophy.

Depois de abandonar o local de realização das Tarefas Especiais, as equipas seguiram para Norte e depois para Este, em direcção a Muaratewe, onde fortes chuvas transformaram a maior parte dos campos em pantânos.

As equipas lutaram, durante diversos dias, contra as aparentemente impossíveis condições, tentando alcançar o pequeno porto em Tumbang Samba, onde iriam atravessar o rio. 

Partida da caravana A entreajuda é sempre fundamental

Mas o progresso estava a ser tão lento, devido às péssimas condições, que a organização decidiu prosseguir por outro caminho e evitar as piores secções, apenas para que fosse possível terminar a prova dentro do prazo previamente definido.

A caravana prosseguiu, finalmente conseguindo manter uma boa média diária, mas mantendo-se ainda atrasada. Os dias transformaram-se em maratonas de 24 horas, cada um com os seus conjuntos de problemas para serem ultrapassados.

Finalmente, e só depois de ter sido cancelada uma secção no extremo Sudoeste da ilha, as equipas chegaram às últimas Tarefas Especiais, que foram realizadas na costa junto a Singkawang. 

O espírito de equipa é fundamental no Camel Trophy O caminho é difícil, mas não se espera outra coisa

Durante um dia e meio as diversas equipas realizaram as provas planeadas. No final, seguiram para a cerimónia de entrega dos troféus, que teve lugar no hotel principal de Pontianac, no final dessa noite.

Este foi o último Camel Trophy a seguir a fórmula tradicional das equipas avançarem no terreno em caravana. Tal como as edições anteriores, é relembrado pela camaradagem e espírito de equipa gerado entre as equipas, à medida que trabalham em conjunto para ultrapassarem as dificuldades encontradas.

Elemento de uma equipa evita um banho de lama

Ao perder este conceito, as críticas dizem que o evento nunca voltou a recuperar as suas qualidades mágicas, que lhe deram a reputação de “Aventura Extrema” ao longo dos anos.

Resumo da edição

Veículos dos participantes: Land Rover Discovery 300Tdi

Veículos de apoio: Land Rover Defender 110 300Tdi

Distância percorrida: 1490km

Equipas:

África do Sul – Samuel de Beer / Pieter du Plessis (Team Spirit Award)
Alemanha – Christine Hofer / Eberhard Stettner
Bélgica – Deirdre Morael / Wim de Vocht
Dinamarca/Noruega – Bjorn Jacques / Henrik Jorgensen
Espanha – Antonio Canete / Ricardo Quiros
E.U.A. – Ken Cameron / Fred Hoess
Finlândia/Suécia – Pontus Hellgren / Ato Ihamaki
França – Denis Rosand / Yves Truelle
Grécia – Miltos Farmakis / Nikos Solirchos (vencedores Camel Trophy & Land Rover Award)
Holanda – Carolien Stelma / Alex van Delft
Ilhas Canárias – Adolfo Suanzes / Belen de la Fuente
Itália – Giampaolo Giusti / Cristian Bertolani
Japão – Tomotaka Miyata / Minoru Omae
Marrocos – Samir Berrada / Yorel Levy
Polónia – Jarek Kazberuk / Michal Kielbasinski
República Checa – Zdenek Tomasek / Jakub Havel
Rússia – Dmitriy Surin / Alexei Svirkov (Special Task Award)
Suíça – Olivier Soltermann / Andrea Burkhardt
Turquia – Selim Kemahli / Ali Nasuh Mahruki
Reino Unido – William Tapley / John Leach

(conteúdo baseado em dados fornecidos por: Camel Trophy Owners Club)

PUB