A designação do Camel Trophy 1995 foi escolhida para fazer referência à civilização Maia, que dominou a região da América Central, onde esta edição teve lugar. Os países visitados foram 5 (Belize, México, Guatemala, El Salvador e Honduras), obrigando um planeamento demorado, que se prolongou por diversos meses.
A partida foi dada na Praça Jaguar do templo Maia, em Lamanai, localizada a aproximadamente duas horas de viagem da cidade de Belize, a Noroeste desta.
Após quase dois dias de Tarefas Especiais, realizadas sob o calor abrasador e a inacreditável humidade de Lamanai, as equipas dirigiram-se para Norte, através dos acampamentos Menonitas perto de Orange Walk, até chegarem à fronteira com o estado do Iucatão, ponto de entrada no México.
Daqui, seguiram para uma escavação arqueológica, perto da cidade Maia, em ruínas, de Rio Azul. Os dois dias seguintes foram dedicados a ajudar arqueólogos oriundos do México, Guatemala, Belize e Canadá, na pesquisa de uma área por estudar.
Continuaram o percurso para Sul, percorrendo a província de El Petén, já na Guatemala.
Passaram pelos imponentes templos de Tikal, chegando ao Lago Petén Itzá, onde foi realizada uma prova de rafting.
À medida que se dirigiam para Sul, o calor e a humidade foram diminuindo, enquanto subiam gradualmente os estreitos e poeirentos trilhos. Estes, levariam as equipas até às montanhas de Alta Verapaz, cobertas de pinheiros.
A subida às Terras Altas da Guatemala seria feita por San Cristobal, Sacapulas e Santa Cruz Del Quiche. Daqui, seguiram em direcção ao Lago Guija, fronteira com El Salvador, passando pela Cidade da Guatemala, a Sudeste, através de frescos mas poeirentos caminhos.
A uma altura de 2,5 km acima do nível do mar, as equipas do Camel Trophy participaram na cerimónia de doação de uma estação de pesquisa.
A rota seguiu, depois, para Norte, voltando a entrar na Guatemala. Continuaram para Este, através do Rio Jupilingo e chegaram às Honduras e às magníficas ruínas Maias de Copan.
Os trilhos montanhosos, cobertos de buracos, e a densa floresta da zona mostraram ser a pior parte do percurso, dificultando bastante as condições de condução. Especialmente difícil, foi o trajecto de Zacapa ao Lago Isobel, em Sierra de Las Minas.
Do Lago Isobel, os participantes seguiram por um caminho a direito, mas bastante duro, que os levaria para Norte, até à fronteira com o Belize e de volta ao calor sufocante.
As últimas Tarefas Especiais foram realizadas em Xunantunich, que é um sítio arqueológico Maia, localizado a 13 km a Oeste de San Ignacio, no distrito de Cayo, Belize, junto da fronteira com a Guatemala. Trata-se de um sítio arqueológico pouco conhecido, situado no alto de uma colina, numa das margens do rio Mopán. O seu nome Maia significa “Mulher de Pedra”. Segundo a lenda, que remonta a 1892, este nome foi dado devido ao fantasma de uma mulher que, segundo habitantes locais, está vestida completamente de branco e tem uns olhos brilhantes vermelho-fogo. Normalmente, aparece à frente de El Castillo (uma das estruturas em pirâmide da zona), sobe as escadas de pedra e desaparece através da parede.
O final do evento deu-se no mesmo local, pondo fim a uma dura e desafiante, mas compensadora, edição do Camel Trophy.
Resumo da edição
Veículos dos participantes: Land Rover Discovery 300Tdi
Veículos de apoio: Land Rover Defender 110 300Tdi
Distância percorrida: 1520km
Equipas:
África do Sul – Marc Pincente / Paul Leslie-Smith
Alemanha – Christorph Wieland / Jurgen Hellgeth
Bélgica – Steve Wittevrongel / Serge Bruynkens
Escandinávia – Jorn Hauge / Niels Kokborg
Espanha – Belen Sanchez / Lluis Moret
E.U.A. – Daphne Green / Jim Swett
França – Gerard Champoiral / Lionel Lattard
Grécia – Evangelos Psychas / George Tzavelas
Holanda – Erik-Jan de Rooij / Johan Warmerdam
Hungria – Jozsef Nageyb / Peter Bakos
Ilhas Canárias – Miguel Woolmington / Tomas Lorenzo
Israel – Yariv Yaari / Haim Hadar
Itália – Stefano Bionconi / Matteo Pellin
Japão – Katsumi Murayama / Atsushi Sato
Polónia – Wojciech Stanowiak / Marek Klar
Reino Unido – Mike Oxley / Rob Conner
República Checa – Zdenek Nemec / Marek Rocejdl (vencedores Camel Trophy & Special Tasks Award)
Rússia – Pavel Bogomolow / Sergei Fenev (Team Spirit Award)
Suíça – Manuela Catalini / Christian Gremaud
Turquia – Fatih Koseoglu / Orhun Ege Koyagasi
Documentos oficiais
Camel Trophy Mundo Maya 95 Briefing Notes (PDF)
(conteúdo baseado em dados fornecidos por: Camel Trophy Owners Club e Wikipédia)