Batendo novamente o recorde de edições com mais participantes, o Camel Trophy de 1985 juntou 16 equipas, em representação de 8 países. As três estreias foram o Japão, o Brasil e uma equipa das Ilhas Canárias (que defendeu as cores Espanholas, juntamente com uma equipa do continente).
O destino foi a ilha de Bornéu, a terceira maior ilha do mundo (sem considerar o continente Australiano), com cerca de 743 mil km2, ultrapassada apenas pela Nova Guiné (785 mil km2) e pela Gronelândia (2 milhões km2).
A ilha divide o seu vasto território por três países: a maior área (a parte meridional) pertence à Indonésia. A segunda maior (a parte setentrional) pertence à Malásia e a menor parte (encravada na parte da Malásia) pertence ao Brunei.
O trajecto escolhido para esta edição percorreu a província de Kalimantan Este, pertencente à Indonésia, totalizando cerca de 1500km, ligando Samarinda a Balikpapan. Para os ajudar nesta tarefa, os veículos utilizados foram Land Rover Ninety, sendo apoiados por equipas em Land Rover One Ten.

No entanto, poucos dias antes do início desta edição, fortes chuvas abateram-se sobre o território, obrigando a diversas alterações de percurso. Caminhos “facilmente” transitáveis, tendo em conta a natureza do Camel Trophy, tornaram-se completamente impossíveis de efectuar. Rios que seriam atravessados sem grandes dificuldades, ganharam profundidades que chegavam aos seis metros e a sua corrente ganhou velocidades perigosas. O resultado de todas estas dificuldades foi uma lenta progressão da caravana, que chegou a fazer apenas 2 ou 3 km diários!
Para ajudar a ultrapassar as zonas inundadas, foi testado um método alternativo (que viria a ser reutilizado em edições futuras), transportando os veículos em barcos insufláveis.

Voltar a terra não significava que esta fosse firme, pois a extensão e a quantidade de lama encontrada era tanta, que os participantes chegaram a demorar 24 horas para percorrer 300 metros.
Tendo já percorrido o território por terra e por água, mas com poucos resultados satisfatórios, a organização decidiu tentar o transporte aéreo das viaturas. Para o conseguir, foi utilizado um potente helicóptero Sikorsky, que carregou os Land Rover Ninety em segurança, numa rede.

Ao longo de todas estas dificuldades, era ainda necessário efectuar as provas que iriam determinar quais os vencedores desta edição. Foram nove as provas especiais realizadas, sendo os Italianos os favoritos, devido às excelentes prestações dos seus compatriotas, nas edições anteriores. Mas isso não era suficiente para ganhar o Camel Trophy, e a equipa Alemã constituída pela dupla Heinz Kallin e Bernd Strohdach foi a vencedora.
Esta edição marcou, também, o nascimento oficial do prémio “Espírito de Equipa” (“Team Spirit Award”, no original), cuja atribuição seria escolhida pelos participantes e pretendia distinguir a equipa que mais se tivesse destacado pelo companheirismo e camaradagem. Os vencedores foram Carlos Probst e Tito Rosemberg, de uma das equipas Brasileiras.
Resumo da edição
Veículos dos participantes: Land Rover Ninety
Veículos de apoio: Land Rover One Ten
Distância percorrida: 1500km
Equipas:
Alemanha 1 – Heinz Kallin / Bernd Strohdach (vencedores)
Alemanha 2 – Georg Michael Diehl / Jurgen Meinig
Bélgica 1 – Philippe Goblet / Hubert Callens
Bélgica 2 – Jean-Claud Decraene / Wilfried van der Kalen
Brasil 1 – Osmar Eugenio Kretschek / Luis Aylton Casertani
Brasil 2 – Carlos Probst / Tito Rosemberg (Team Spirit Award)
Espanha – Javier Casasus Lattore / Jaime Masferrer Ordis
Holanda 1 – Arie Plugers / Will Walters
Holanda 2 – Jouke Eikelboom / Gerrit Oudenampsen
Itália 1 – Flavio Dematteis / Stefano Gasi
Itália 2 – Roberto Ive / Beppe Gualini
Ilhas Canárias – Fernando Rebull / Jose Antonio Reyes
Japão 1 – Kunio Takagi / Fukumu Uzuta
Japão 2 – Hirotaka Shimamura / Gentaro Izumitani
Suíça 1 – Bruno Camenzind / Urs Beer
Suíça 2 – Werner Ehrsam / Werner Paul Buhrer
(conteúdo baseado em dados fornecidos por: Camel Trophy Owners Club e CamelTrophy.es)